segunda-feira, 21 de maio de 2012

Campanha da Família!



A Estabilidade da Família
Pr. Walter Bastos
O que é que caracteriza uma família abençoada? É a estabilidade material ou financeira? Absolutamente não! Pois o segredo de um lar feliz é descrito por Paulo nos seguintes termos: “e, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor” (Ef 3.17). Deus precisa estar entronizado em cada lar, e o relacionamento familiar precisa ser baseado, alicerçado no amor verdadeiro.
Quando é que Deus habita ou reina em nosso lar? Jesus Cristo responde a essa pergunta por meio da figura do homem prudente descrito na parábola do dois fundamentos. Quem não almeja uma família feliz? Todo casal que planeja seu casamento quase nunca se previne das coisas ruins! Entretanto elas vêm “mesmo sem serem chamadas”, e em não poucos casos, causam grande destruição. Como se prevenir delas? De que maneira podemos ter uma família estável, segura e feliz? A família que está enraizada em Cristo nunca será abalada!
O homem prudente edificou sua casa sobre a rocha;
Ser “prudente” (grego “phrónimos”) é o mesmo que ser sábio na pratica, compreensivo, sensato, que pondera suas palavras e atos. Não faz nada as pressas ou sem refletir. Se vai casar, comprar, conceber filhos, antes de tudo ora e planeja. Só constrói em lugar seguro, debaixo de convicção do Espírito Santo (Rm 14.17).
Ouvir ou aprender os ensinos de Cristo somente tem valor, quando praticados. Pela experiência do novo nascimento (o alicerce para a eternidade – 1Co 3.11) o crente é capaz de praticar a doutrina cristã. Cristo é a “rocha” e sobre ele construímos – pelos tijolos das orações respondidas, novas revelações etc – nosso lar.
Edificar é o mesmo que construir. O termo “casa” que é sinônimo de “vida”, também é uma forma alargada para família. Nosso lar precisa ser bem fundamentado, alicerçado, arraigado ou enraizado em Deus para resistir as inevitáveis “tempestades da vida”, que inundam por “baixo”, sopram dos “lados” e chove por “cima”, menos por “dentro” onde Cristo está entronizado. Em outras palavras, ataques externos jamais poderão destruir a vida ou o lar daqueles que estão em Cristo (Jo 6.37).
Construir uma família estável é trabalhoso, demanda tempo, esforço e principalmente muita graça de Deus. Lucas declara que é preciso “cavar fundo”, romper paradigmas (Gn 25.28), pecados e maldições (Ap 2.5).
O salmista afirma que a casa forte ou firme, é construída pelo próprio Deus (Sl 127.1), que começa por um bom casamento (1Co 7.39); sobre Adão está escrito que após a “clonagem” de Eva, Deus “… lha trouxe” (Gn 2.22). O Senhor tem uma Rebeca e um Isaque para cada um de seus filhos e filhas respectivamente.
O homem insensato edificou sua casa sobre a areia;
A palavra insensato no grego é “morós”, que significa: tolo, estúpido; aquele que reproduz atos irrefletidos e insensatos oriundos de “pensamentos que sobem ao coração provenientes de uma falta de conhecimento ou da incapacidade de fazer decisões corretas” (Rienecker e Rogers, p. 16: 1995). O termo também significa: “que ou aquele que não pensa para fazer as coisas” (Dicionário Sacconi). A principal característica do insensato está no fato dele se apegar ao que é aparente.
Tolo, portanto, é aquele que edifica sobre “areia”, ou constrói sua família sobre ideais, esperanças e prazeres temporais e ou sobre filosofias mundanas, ou seja, em cima do nada. O pior é que ele somente descobrirá isso quando for tarde demais.
Um exemplo clássico de tolice: o Rei Davi permaneceu em Jerusalém, durante a guerra de Israel contra os filhos de Amom (2Sm 11.1-5), quando deveria estar com seu exercito na frente de batalha. Sua ociosidade, autoconfiança (não vigiou) e falta de contentamento o levou a cometer um duplo pecado: adultério e homicídio. Ele conhecia a exigência da Lei: “Tampouco para si multiplicará mulheres” (Dt 17.17); mas a ignorou. Na origem do casamento nunca houve qualquer idéia de poligamia (ou poliginia – Mt 19.4-6).
A insensatez pode vir pela maneira de conduzir as coisas dentro do lar. Grandes homens de Deus fracassaram na educação de seus filhos: Arão (os irreverentes Nadabe e Abiú – Lv 10.1-5); os filhos do sacerdote Eli são chamados de “filhos de Belial” (1Sm 2.12). Cerca de 30% dos presos da extinta “Carandiru” eram filhos de crentes, e quase a metade desses eram filhos de pastor.
Revendo nossa construção e consagrando a família a Deus.
A tolerância e misericórdia de Deus é a causa de não sermos destruídos (Sl 103.8-11), em razão disso, Ele nos dá mais tempo – segurando as tempestades – para que coloquemos em ordem ou para que façamos uma revisão em tudo que fazemos ou que permitimos que se faça de errado dentro de nossas casas.
O rei Ezequias ouviu do profeta Isaías o seguinte: “… Põe em ordem a tua casa, porque morrerás e não viverás” (Is 38.1). A “tempestade da enfermidade” se abateu sobre o rei e só não ceifou sua vida porque ele orou com profunda humildade. O que estava em desordem na casa ou na família de Ezequias? Seu filho Manassés foi o pior e o mais abominável rei de Judá (2Rs 21.1-18). Se Ezequias tivesse morrido não teria gerado esse déspota.
Davi pecou, mas não reconheceu – racionalizou sua ação (justificou-a com palavras e ações sem fundamento). Só houve verdadeiro arrependimento quando já era tarde demais (2Sm 12.7-14), o juízo já estava a caminho. A família de Davi sofreu demorada tempestade: incesto entre Amnon e Tamar (2Sm 13.14); homicídio entre irmãos (2Sm 13.28); Absalão um dos seus filhos comete incesto com as concubinas de Davi (2Sm 16.22) etc. Davi construiu um grande reino, mas teve uma péssima família, por que foi um pai ausente e passivo.
Porque Deus não ouve a oração de muitos homens? Eles pedem, buscam, imploram, mas não recebem nada. A resposta pode estar dentro de suas casas, na intimidade conjugal, na forma desumana, carnal, e inapropriada de tratarem suas esposas (1Pe 3.7).
Deus quer reconstruir famílias, casamentos, dar filhos abençoados (2Sm 12.24), mas o seu perdão não nos livra de prováveis conseqüências.
A família sem alicerce está “solta”, instável, à mercê dos “ventos, chuvas e transbordamentos” que virão com “ímpeto” e sem piedade, na forma de adversidade e problemas. Sem estabilidade, sem um lugar firme e inabalável o casamento rui na menor das desavenças. O mundo está cheio de incertezas; as pessoas vivem amedrontadas o tempo todo, e é verdade que estamos vivendo na “era do medo”. Todavia, o lar que está alicerçado em Cristo – pela obediência inegociável da sua Palavra – não tem razões para pânico, pois como diz o salmista: “… Podemos passar por momentos difíceis, de grande tristeza, mas Ele logo nos devolve a alegria” (Sl 30.5 – BV).
Pr. Walter Bastos
prwalterbastos@hotmail.com